Foz do Iguaçu não é uma cidade é uma paisagem, ou melhor, um modelo de paisagem para se forjar uma cidade. A cidade paisagem tem muitas faces, ela é falsa, mentirosa e lubridiosa. Ora é inferno urbano no programa sensacionalista ora é paraíso natural na propaganda oficial turística.
Foz do Iguaçu não é uma cidade, é estatística, sendo estatística não há pessoas nem vidas, só há contabilidade de mortos ou turistas.
Foz do Iguaçu é o Templo do Consumo, Números, notas e conta das compras, morador é consumido e consumado made in Taiwan no produto globalizado.
Foz do Iguaçu é uma Fronteira imposta, com armas cada vez mais novas, com calibres cada vez mais pesados, com braços cada vez mais fortes e mais violentos, sobreviver aqui é sofrimento, a cidade está fardada ao fracasso da insegurança pública.
Foz do Iguaçu não é bairro, é condomínio fechado com muros a prova de gente, com carros importados com vidros escuros da indiferença, cidade do medo, medo do pobre e do preto.
Foz do Iguaçu é cidade de elite, gente chique, não gosta de manos ou hippies, esses são sufocados pelo estereótipo local, esculachados pela guarda municipal dentro do padrão marginal, nessa cidade não se esqueça: só morador pobre morre cedo.
Foz do Iguaçu, a cidade da maior usina hidrelétrica, mas a Itaipu não clareia o tormento dos familiares dos operários que morreram no cimento, tanta produção energética e falta iluminação nas ruas e vielas das favelas, se produz mais contradição do que luz. Depois de desapropriar os indígenas das suas terras tenta se cultivar uma água boa. Água boa é pura, límpida e cristalina, e não essa água que escorre dos rios das opressões das terras privatizadas e dos rios contaminados. Em suma quanta energia desperdiçada!
Foz do Iguaçu não é escola, já que turmas de escolas públicas estão sendo fechadas, corte de gastos, para gerar mais lucro para o Estado. Precarização do trabalho. Foz do Iguaçu é prisão, pois essas estão sendo ampliadas, reforçadas, monitoradas e fortificadas cada vez mais. Usado o mesmo dinheiro do estado. Equação da barbárie: + presídio – escola = mais de 200 jovens assassinados ao ano.
Foz do Iguaçu não tem espaços públicos, tudo por aqui é privatizado, se prevalece a lógica privada, em síntese Foz não é uma cidade, é uma grande privada que a burguesia caga, é sempre o trabalhador informal quem limpa, em 98 anos esse é o ciclo.
A burguesia caga na cidade e o povo é quem se suja.
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