Eu escrevo, pois minha voz é baixa
Assim, você de longe aí, pode me ouvir,
me ver e me sentir.
Escrevo para esses meninos de rua,
para as prostitutas,
para esses filhos que o mundo pariu e não criou
Para as senhorinhas sem hora,
para a mãe que chora.
Só escrevo, para os doutores, escritores,
os analfabetos e médicos.
Essas inspirações que aparecem
e sentam-se à mesa de bar,
como velhos amigos recitam um jazz,
Nesta esperança que renasce,
e nessa desordem que caminha
Traduzindo palavras do latim e do tupiniquim
Um começo e um fim.
Que essa poesia não se fixe em um livro
de capa bonita, de letras douradas e vazias,
de sentimento frio,
deixe ela caminhar, na voz, no jargão popular.
Essa poesia é de todos e de ninguém,
Essa poesia nem é minha, essa descontente
É de quem lê, de quem vê,
de quem estranha, de quem compreende e dos que não entendem
Mas é principalmente de quem sente.
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