São 5:45 da manhã, o despertador toca
Pelas frestas da madeira sinto o vento passar
Chaleira no fogo,
lavo a cara para mais um dia começar
Mesa pronta, café eu vou tomar
Pão com margarina eu vou comer pra sustentar
Não posso me atrasar, eu preciso é trabalhar.
O ônibus no ponto eu vou pegar,
mais meia hora eu posso descansar
É tanta gente não consigo nem mais respirar
Patrão está na espera de quem não chegar
Bater o ponto sem pestanejar
Começo a trabalhar
Faço parte da máquina
nem sei mais por onde começar.
Meio dia o sinal toca é hora de parar
Abro a marmita dá até desgosto de olhar
Como com vontade e sem me deliciar
Nem vejo a hora passar
Sinal toca de novo, mais 6 horas de pavor
No rosto sempre um olhar de horror.
Sigo sem saber ainda quem eu sou
Não posso parar, o patrão ta olhando
Mais um braço da máquina que sou
Devo continuar, o dia não pode parar
Está chegando o fim, falta pouco
Mais uma vez a sirene toca, agora acabou.
A noite cai, a minha casa está lá
Telhado frágil, vigas fracas, chão gelado
Geladeira falta o que comer
Durmo com fome e não sei o por quê
Trabalho pra quem? Trabalho pra quê?
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